3 de dez. de 2010

Pequena, ou nem tão, cena de algum futuro...

Estava eu, e minha Patricia, conversando. Como sempre fazemos. Mas dessa vez eu passei a viajar um pouco, uma viagem que ela incentivou, o que eu resumi em apenas três linhas no msn para ela. Eu tornei em duas paginas de um arquivo no word, que agora eu estou postando para vocês lerem.


     
A casa estava lotada, era para ele o show mais esperado.
     Se sentir nervoso era normal, mas não para ele... Nem mesmo com seu whiskey ele melhorara, nem jogando sinuca com seu amigo e baterista, nem comendo seu x-bacon de sempre ele conseguiu relaxar.
     O que quer que fosse acontecer antes do que ele planejara não poderia interromper o show.
     Faltavam apenas três minutos para subir no palco. Logo ele estava terminando seu aquecimento, e assim olhava seus comparsas, um apelido que dava aos amigos, enquanto terminavam seus próprios ritos para tocarem.
     Iam tocar apenas seis musicas previstas, mas ele queria uma sétima. Uma em especial, para alguém em especial.
     Prestes a subir no palco, ele tentou, infrutiferamente, afastar dos olhos parte do cabelo que insistia em ficar sob seu rosto, já ocultado por seus óculos escuros de motoqueiro.
     - Que seja, vamos lá ver no que vai dar isso... – disse ele para tentar aliviar um pouco de seu nervosismo.
     Ele estava lá como sempre, algo naquele palco semi-destruido o acalmava, ao desenrolar da segunda musica, ele passou a encarar não a platéia, mas o próprio palco. Lembrando de tudo que já havia acontecido com ele e sua banda. A vez em que jogaram uma bomba de festa junina que fez com que um dos cabos se rompesse e o show fosse interrompido. A vez em que fãs malucas driblaram a segurança e pularam no palco e destruíram a bateria e alguns amplificadores. Varias memorias vieram ao mesmo tempo, então para não se perder ao meio da letra, ele parou e voltou a encarar a platéia, mesmo que não tivessem percebido que ele não estava os encarando.
     Em meio à platéia, ele pode ver ela. Estava linda como sempre, talvez até mais do que o normal, estava com uma camiseta da banda, justamente a camiseta em que somente seu rosto era visto, ou parte dele... já que ele nunca era visto sem seus óculos ou o cabelo lhe ocultando parte do rosto. Os outros membros da banda já sabiam que ele tinha um caso com ela, mesmo que ele nunca tivesse apresentado-a para eles. Sabiam que ele era um cara supersticioso, mas ele já havia passado dos vinte e sete anos, estava na hora de apresentá-la.
     Ao final da sexta musica. O pessoal dos bastidores já queria encerrar, mas ele já havia combinado de tocarem uma musica extra. As pessoas que já estavam se encaminhando para a saída ou para o bar, voltaram para frente do palco para ver o que iria acontecer. A musica já estava bem a frente, já era hora de ele começar a cantá-la, mas ele simplesmente tirou seus óculos, os jogou para alguém na platéia, e disse:
     - Esse, é um momento especial para mim. Ontem foi meu aniversario e eu decidi que já era hora de fazer algo que eu já tinha vontade de fazer a algum tempo... Há muito tempo, na minha época de adolescente, eu conheci uma garota. Acho que da banda, só meu amigo baterista ali que a conheceu. Hoje ela está aqui, como em grande parte das nossas apresentações... Patrícia, eu quero que você venha até o palco.
     Todos estavam à procura dela, e em meio a confusão, ela se encaminhou para as escadas e quando as subiu, todos começaram a aplaudir. Até mesmo ele a aplaudiu.
     A cena era até um pouco engraçada. Ele era realmente muito alto em comparação a ela.
     - Achei que não teria coragem de subir ao palco mocinha.
     - Já disse que não sou mocinha, e nem você um mocinho, nós crescemos com o tempo, ou você não percebeu?
     - O tempo pra mim é irrelevante, e você sabe... Mas o que eu quero, não é discutir isso – disse ele ao ouvir a platéia assoviar – Sabe que hoje, faz quatorze anos, três meses e alguns dias que nós nos conhecemos.
     - É? Eu nunca contei – disse ela rindo
     - E dizem que os homens é que são desligados. Patrícia... – começou ele se ajoelhando – você gostaria de desposar o homem mais problemático, confuso e munido de raiva do mundo? – completou ele tirando de um de seus bolsos, uma pequena caixa com uma aliança dourada, e aquele que tivesse uma boa visão para o escuro poderia talvez ver os dizeres “Patty e Luigi”.
     Nesse momento, uma grande onda de aplausos, assovios, gritos, berros e tudo mais que se tinha direito foi feito. Um grande silêncio se seguiu após essa pequena confusão. Todos aguardavam a resposta à pergunta feita.
     - Mesmo todo problemático como é, apesar do quanto isso seja estranho, você ainda é o homem mais fofo que já conheci então eu digo a você que sim, eu quero desposar o homem mais problemático do mundo.
     Dessa vez, não houve quem se conteve para comemorar o acontecido. Até mesmo os membros da banda que não haviam parado de tocar nem mesmo por um momento, passaram a aplaudir.
     Um beijo longo e quente. Só foi interrompido quando viram que eles não iriam se separar cedo.
     - Cara, vamos parar ai antes que a coisa fique quente demais... – disse o baterista arremessando uma baqueta em sua canela – Fôlego de vocalista é uma coisa incrível...
     - Mais incrível foi ela não ter morrido sem fôlego. – disse alguém em meio à massa que era a platéia.
     - Bem caras, eu estou de ótimo humor agora... Dessa vez passa. – disse ele abraçado a sua, agora, noiva.

2 Respostas:

Fábio Silva disse...

Legal cara. Você fala no começo que foram duas páginas de word, vai ter continuação?

Abraços brother.

L. J. Lunewalker disse...

Então cara, é só uma cena que foi imaginada na hora assim, não pretendo seguir com a história.
Mas é bom que tenha gostado. Valeu cara.

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